Quem ainda não visitou a mostra da artista plástica criciumense Juliana Natal tem até a próxima terça-feira (08/07) para conferir mais de 10 telas que retratam pontos históricos da cidade, no Museu Municipal Histórico e Geográfico Augusto Casagrande. As obras são interpretações de fotos antigas com a técnica de envelhecimento nas cores branco, azul e terra. O visitante vai se deparar com fiéis retratos do chafariz da Nereu Ramos na década de 20, o prédio da Casa da Cultura, o Monumento dos Mineiros, entre outros. 

A poucos centímetros da tela que remete lembranças da juventude, a do chafariz do calçadão, Marilda da Silva Naspolini, de 56 anos, voltou ao passado por alguns minutos e se emocionou. "Aqui conheci meu marido, foi o cenário do primeiro beijo, o local onde namorávamos depois da missa. É também o lugar onde levava meus filhos para tomar sol e brincar há mais de 20 anos. Impossível não lembrar com saudade da imponência destas águas", comentou, referindo-se ao chafariz. 

O mesmo sentimento é vivenciado pela aposentada Nair Martinhago Lodetti, de 69 anos, ao se deparar com as telas. "Lembro, com riqueza de detalhes, dos moços com chapéus e braços cruzados e das garotas com vestido rodado e penteado circulando ao redor do chafariz. Depois dali, era no Café Rio que surgiam as paqueras", recordou dona Nair. "Ao contemplar esse grandioso trabalho artístico não tem como não se deparar com o passado. Ele surge nítido na imaginação da gente", completou. 

O sentimento de emoção não comove somente aos que admiram as obras. A autora dos quadros também é surpreendida por uma infinidade de sensações. "Não há como pintar e não relembrar lugares, pessoas e objetos que marcaram uma época. Produzir estas peças trouxe fortes recordações da minha infância", disse. 

A visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30min. Grupos podem agendar visita no 3445 8844. O museu fica na rua Cecília Darós Casagrande, s/n, no bairro Comerciário. 

Acervo do museu conta com mais de 1,2 mil peças

De acordo com o monitor de visitas, Everaldo Ronchi, cerca de 300 pessoas passam pelo local mensalmente e o público mais expressivo é de estudantes. Segundo ele, o acervo do museu é composto por mais de 1,2 mil peças, entre elas móveis, utensílios, roupas, documentos, fotografias, objetos de uso pessoal e doméstico, peças de arte sacra e numismática. Também há objetos que rememoram a mineração e algumas ferramentas indígenas.

Secom: Saimon Novack