FUNDAÇÃO CULTURAL
DE CRICIÚMA
\\ Transladação da imagem de Santa Bárbara sai da Mina de Visitação
Tradicional rito dos festejos em honra à padroeira dos mineiros ocorre na noite de 3/12, véspera do feriado municipal de Santa Bárbara
  • Data: 02/12/2011 - 08:54:00
  • Última Atualização: 02/12/2011 - 09:03:21
  • Texto:
  • Foto: Lucas Sabino, Mateus Mastella e João Pedro Alves. Texto: João Pedro Alves
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A Festa de Santa Bárbara passa a inserir, a partir deste ano, a Mina de Visitação Octávio Fontana como local de celebrações. A comissão organizadora do evento escolheu o ponto turístico inaugurado em outubro para ser o ponto de partida da transladação da imagem da padroeira dos mineiros. O resgate histórico da relação de devoção dos trabalhadores da extração de carvão com a intercessora ocorre com missa seguida de cortejo motorizado até a igreja matriz, onde os fiéis recebem a bênção final. A celebração ocorre neste sábado (3), a partir das 19h.

A história da extração de carvão em Criciúma e Santa Bárbara possuem ligação íntima. De acordo com o pároco da igreja matriz Santa Bárbara, padre Bento Aílton Zilli, a equipe de coordenação de liturgia sugeriu e decidiu pela Mina de Visitação por conta dessa relação. “O local de início da procissão todos os anos é pensado e necessariamente deve ter ligação com a paróquia, com Santa Bárbara e a cidade de Criciúma”, conta.

O carvão mineral extraído das minas de Criciúma impulsionou o desenvolvimento econômico do município ao longo do século XX. Para o prefeito em exercício, Márcio Búrigo, a Festa de Santa Bárbara ressalta o sentimento de religiosidade de mineiros e mineradores da região. “A Mina de Visitação incluída na programação das celebrações oferece uma grande oportunidade para as pessoas conhecerem este ponto, que verdadeiramente é o espelho do dia-a-dia dos nossos trabalhadores”, salienta.

Antes de entrar na Mina de Visitação Octávio Fontana, os turistas são convidados a entrar na gruta que tem um altar para Santa Bárbara. “Os trabalhadores, antes de baixar mina, tinham sempre que fazer uma prece para a padroeira”, diz o diretor de Turismo da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Ismail Ahmad Ismail.

De acordo com o padre Ângelo Galatto, pároco da paróquia Santa Bárbara de 1973 a 1986, ao abrir uma mina, a primeira coisa que faziam era uma pequena capelinha ou capitel para colocar a imagem de Santa Bárbara. “Com religião ou sem religião, os mineiros tinham Santa Bárbara sempre no coração. Para ela, eles tiravam o capacete. No dia dedicado à padroeira, nunca trabalhavam. Não era feriado, mas não baixavam a mina no dia dela. A festa de Santa Bárbara era feita por eles mesmos”, relata.


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