Grupos de vários países da América Latina encontram-se no Festival de Corais de Criciúma, ao longo desta semana, em apresentações espalhadas pela região Sul de Santa Catarina. A Associação Latino Americana de Canto Coral (ALACC) contribui com a organização do evento e aproveita a ocasião para reunir dirigentes com o propósito de delinear os rumos da entidade para o futuro. Pela primeira vez, a instituição promove Assembleia Geral Extraordinária, nesta quinta e sexta-feira (22 e 23) no plenarinho da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC) para reformulação do estatuto.
Representantes de corais oriundos do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e Paraguai estiveram na mesa de discussões. Os trabalhos foram acompanhados via internet por outras pessoas nos mesmos países e também em Genebra, na Suíça.
O regulamento interno da ALACC completa 16 anos em 2012, mesmo tempo da fundação. A mudança, segundo o presidente da ALACC Brasil, Antônio Alfeu Siqueira, faz-se necessária em virtude das leis alteradas nos países, principalmente o Código Civil Brasileiro. “O estatuto estava defasado em relação às atuais normas. Vamos adequá-lo às leis brasileiras e também dos países irmãos. Procuramos adotar uma linguagem única para toda América Latina, sempre respeitando a legislação de cada nação”, explica.
O encontro contou com a participação do presidente da Fundação Cultural de Criciúma, Sérgio Zappelini. Para ele, receber em Criciúma um encontro de tamanha importância para a instituição consolida o município na condição de referência cultural, principalmente no âmbito do canto coral. “Fundamos (a FCC) a ALACC Brasil em conjunto com a ALACC Internacional e a Associação Coral de Criciúma, através do Telmo e trouxemos para cá a sede. Temos um trabalho de fortificar o canto coral através do nosso festival e por outras vias em projetos apresentados em Florianópolis e Brasília”, ressalta.
Estatutariamente a entidade carrega o princípio de difundir a atividade do canto coral e lutar por melhorias aos que militam na área. Entre outros itens, o regulamento determina a atuação da ALACC no intuito de colaborar ativamente para a educação musical na América Latina, estimular o surgimento de novos grupos de corais e assessorar órgãos públicos e privados na realização de eventos, como festivais, cursos, concursos e apresentações de coralistas. “Defendemos o ensino da música desde os primeiros anos do ensino fundamental, mas antes de ir para a sala de aula, o professor deve se qualificar para a função”, afirma Siqueira.
Preparação para novos rumos
A atuação da ALACC se dá principalmente por meio de elaboração e execução de projetos, de acordo com Siqueira. Este ano, por exemplo, a instituição realizou com recursos do Ministério da Cultura a Escola Itinerante de Canto Coral, em Criciúma. “Há dinheiro para bons projetos, desde que tenham seriedade, abrangência e transparência. Neste, por exemplo, buscamos formar novos valores em oficinas de técnica vocal, expressão corporal e regência”, conta.
Preocupados em modernizar o canto coral, a ALACC procura nas escolas itinerantes estimular maestros inovadores. “Está cada vez mais visível nas apresentações, como estamos vendo no Festival de Corais, a expressão corporal. O jovem quer ver movimento, alegria e nós precisamos atrair novos públicos para as apresentações”, acredita Siqueira.