Os olhinhos adolescentes brilharam na presença do ídolo Gabriel O Pensador, que veio a Criciúma participar da mesa literária da Feira da Livro, promovida pela Prefeitura de Criciúma, por meio da Fundação Cultural, e divulgar os livros Diário Noturno e Um Garoto Chamado Rorbeto. Mas tinha muita gente grande, atenta a tudo o que ele falava. Ele cantou, leu trechos de poemas e contou particularidades de sua vida para um grande público, que lotou a Praça Nereu Ramos, nesta quinta-feira.
A platéia interagiu com a história contada de seu livro "Um garoto chamado Rorbeto". Gabriel chamou algumas crianças da platéia para representar. "Esta é uma história para crianças, que inesperadamente faz uma brincadeira com as palavras", diz. Quem viveu o protagonista Rorbeto foi o estudante Vítor Tomasi, de 11 anos, que com o livro em mãos, recebeu até o autografo do autor. Quem também participou foi o aluno do Instituto de Educação Especial Diomício Freitas William Scotti, que cantou, uma música sertaneja, para o público do Pensador.
A professora Haidee Moreira, de Içara, trouxe o livro e diz que seus alunos adoram as obras, principalmente a do menino Rorbeto. "Aborda temas interessante como as diferenças sociais", destaca. A recepcionista Lúcia Henz, 51 anos, de São Miguel do Iguaçu, Paraná, veio a cidade visitar parentes e aproveitou para levar exemplares de Diário Noturno para o neto Vinícius de 9 anos, que adora o Pensador e para a filha. "Consegui o autógrafo. Meu neto vai adorar o presente. Acho que ele consegue estimular o hábito da leitura em crianças e adolescentes e isso é muito importante", salienta.
E Gabriel falou muito sobre isso. Enfatizou que a Feira do Livro é um banquete que faz as pessoas experimentarem vários autores, diferentes estilos. Narrou um pouco sobre a sua vida, sobre a avó e a tia-avó, escritoras, de quem recebeu uma máquina de escrever para que continuasse a inventar suas histórias. Falou ainda com orgulho da mãe jornalista e escritora, e apresentou o irmão, Tiago Mocotó, inspiração de um poema feito ainda na infância. "Ele era o irmão mais novo, mas somos filhos de pai diferentes. Tinha muito ciúmes. Brigávamos muito e para se defender ele aprendeu a morder. Eu fazia bilhetinhos para a minha mãe para contar o que havia ocorrido, e já exercia a escrita", comentou.
Incentivou todos a escrever, de alguma forma, para expor os sentimentos, nem que seja para "guardar e ler dez anos depois, pois a escrita é o retrato da alma". Segundo ele, quem lê e escreve se expressa melhor. "Comecei a fazer música porque gostava de escrever. Era uma forma de ser ouvido", ressalta. O pensador ainda respondeu perguntas sobre diferentes assuntos como política, cotas raciais, liberdade de pensamento e cantou. No final, autografou alguns exemplares. "Para mim o Gabriel é uma inspiração. Gostei muito quando ele falou da sua infância, pelo fato de ser filho de pais separados e de sua opinião sobre alguns problemas brasileiros", avalia o estudante João Vitor Bittencourt, 14 anos.
Programação de sexta-feira (15)
10h - Mesa Literária (Crônica)
Local: Palco Central
Participantes: Moacyr Scliar, Íris Borges, Edna G. Bastos e Iara Gaidzinski
10h30min - Pintando Criciúma
Local: Praça Nereu Ramos
Artista: Carlos Angulski
11h - Oficina de Perna de Pau
Local: Em frente à Casa da Cultura
Realização: Cirquinho do Revirado
11h - Sessão de Autógrafos
Local: Espaço Cultural
Autor: Moacyr Scliar
14h30min - Mesa Literária (Literatura sem limites)
Local: Palco Central
Participantes: Clarice Kammer, Gustavo de Amorim, Carlos Alberto de Araújo Ferreira, Mary Rocha, Ari Heck e Derlei Catarina De Luca
14h - Ação Social
A Feira vai aos hospitais
Revirado Conta no Hospital Santa Catarina
Revirado Conta no Hospital São José
14h - Grupo Calderon
Local: Espaço Cultural
Peça: Carlos Carlos e Carmem Fogosa
17h - Sessão de Autógrafos
Local: Espaço Cultural
Autores: Gustavo de Amorim, Mary Rocha e Ari Heck
18h - Mostra de Cinema Italiano
Local: Espaço Cultural
Filme: Amacord
Secom: Patrícia Nonnenmacher
Fotos: Saimon Novack