FUNDAÇÃO CULTURAL
DE CRICIÚMA
\\ Objetos que impulsionam o passado em exposição na FCC
Ela carrega uma casa de retalhos nas costas. Pedaços de memória e fração de objetos. Tenta morar dentro de um beliche. Tra
  • Data: 04/09/2008 - 02:10:00
  • Última Atualização:
  • Texto:
  • Foto:
$noticia->title

Ela carrega uma casa de retalhos nas costas. Pedaços de memória e fração de objetos. Tenta morar dentro de um beliche. Trama longos fios vermelhos e descansa. Sua poltrona é da cor dos fios que tece. Segue casas azuis, de janelas escancaradas, transportadas em caminhões. Máquina de costura pode virar pia. Lavar louça pode ser costurar com água. As palavras de Claudia Zimmer e Raquel Stolf fazem um fiel relato do que poderá ser visualizado na exposição Objeto/Lugar, da artista plástica Helene Sacco, na Fundação Cultural de Criciúma (FCC), a partir das 20 horas de hoje (04/08).

 

As criações de Helene nos remetem à memória, experiência de vida, banalização do valor das coisas e crítica ao descarte. "Todos estes conceitos são expressos por meio de fotos, desenhos e dezenas de objetos", informou ela, que é mestranda do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS, na área de Poéticas Visuais. Gravuras de casas transportadas em caminhões, mãos com escritas em caneta de tinta azul, telas brancas com desenho de uma poltrona e uma xícara sobre o pires no chão são algumas das obras da mostra.

 

Não somente de objetos se constitui a exposição. Conto também compõe o contexto de Objeto/Lugar. O mais ousado deles, criado pela própria artista, é o de uma banqueta de madeira, que invejava os cabelos da sua dona. Afixada numa das paredes da galeria, a banqueta, toda estofada em veludo vermelho, tem traços marcantes na parte inferior, que representam os seios da mulher. Longas fitas penduradas num dos braços, simbolizam os cabelos ruivos da dona. Na mesma sala, três pequenas telas retratam faces da mulher, imitada pela banqueta. A peça é nomeada 50 vezes para um lado, 50 para o outro. "Uma alusão às mulheres, que penteiam seus longos cabelos dezenas de vezes para um lado, dezenas para o outro", explicou Helene.

 

Segundo ela, os objetos representam a transitoriedade da vida. "Minhas ações, minha vida e rotina. Meu ontem, meu hoje".

 

A abertura da exposição de Helene Sacco será hoje, às 20 horas. As obras podem ser vistas até o dia 30, de segunda a sexta-feira, das 12h30min às 18h30min. Aos sábados, domingos e feriados, somente grupos com mais de 10 integrantes. A visita pode ser agendada no 3445 8841 ou na sede da FCC, que fica na Rua Coronel Pedro Benedet, 269, no Centro. Falar com Cristine Nasário Gomes.

 

Secom: Saimon Novack


Copyright © Diretoria de Tecnologia e Inovação | Prefeitura Municipal de Criciúma