Walmor Cândido tem 44 anos. Dez deles, dedicados ao trabalho em minas de carvão de Criciúma e Lauro Muller. Há dois anos, a descoberta de um tumor o afastou de uma das atividades que mais lhe dava prazer: o trabalho no subsolo. Hoje, mata a saudade daqueles tempos confeccionando maquetes e pequenos instrumentos que remetem a mineração.
É no fundo do quintal de uma humilde casa na rua 139, no bairro Wosocris, que surgem variadas peças. Madeira, pedra e ferro nas mãos habilidosas do ex-mineiro se transformam em obras de arte. De lavador de carvão a locomotivas, uma espécie de veículo ferroviário que fornece a energia necessária para a colocação de um trem em movimento, são confeccionados. O engenhoso trabalho de seu Cândido fez com que suas peças migrassem para uma exposição, que segue até o próximo sábado na Casa da Cultura. A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira das 12h30min às 18h30min. No sábado, das 9h às 12 horas.
Mais que uma terapia e uma recordação dos dias vividos na mina, a confecção de miniaturas também é uma fonte de renda para o artesão, que recebe R$ R$ 590 de auxílio doença do INSS e mantém as despesas da casa onde mora com a mulher e mais dois filhos. "Muitas vezes não dá para pagar todas as contas somente com o salário. A venda dos produtos auxilia na compra de alimentos, gás, remédios e outras coisas para a família se manter", diz. As peças variam de R$ 7,00 a R$ 25,00. "Depende do tamanho, do estilo e do material utilizado", explica. Encomendas podem ser feitas no (48) 8811 9030.
Secom: Saimon Novack
Fotos: Filipe Casagrande