No domingo (22/06), a obra de revitalização do Museu Municipal Histórico e Geográfico Augusto Casagrande completa um ano. Em alusão a data, a Fundação Cultural de Criciúma (FCC) promove uma exposição de telas da artista plástica criciumense Juliana Natal, que retratam pontos históricos da cidade, entre eles o calçadão da Nereu Ramos na década de 20, o prédio da Casa da Cultura e o Monumento dos Mineiros.

Durante o final de semana a pintora trabalha na conclusão da última tela que vai compor a mostra: a do Museu Augusto Casagrande, fundado em 1920. "As obras são interpretações de fotos antigas com a técnica de envelhecimento nas cores branco, azul e terra", explicou. O desígnio da artista, o de despertar sentimento por meio do conjunto de formas e cores que remetem ao passado, tem sido atingido nas exposições. "As pessoas mais velhas se emocionam com o cenário que lembra a infância e adolescência. Muitos resgatam nas telas cenas vivenciadas na época. Já os mais jovens tomam conhecimento da transformação que os pontos históricos de Criciúma tiveram", disse Juliana.

O sentimento de emoção não toca somente aos que apreciam as obras. A autora das peças também é surpreendida por uma infinidade de sensações. "Não há como pintar e não relembrar lugares, pessoas, objetos que marcaram uma época. Na composição da tela de um casarão fotografado em 1903 pude sentir o cheiro da grama e o ranger do assoalho de madeira", relatou emocionada.

Para a diretora de cultura da FCC, Maria Isabel Borba Alamini, a intenção é despertar nas pessoas interesse e amor pela cidade onde vivem e possivelmente irão construir novas famílias. "O passado é a base para o futuro. É nele que podemos resgatar a nossas origens e histórias. As atividades no museu vêm para valorizar os traços da nossa terra e da nossa gente", ressaltou.

Além das 10 telas em exposição, Juliana Natal está produzindo outras cinco: a do Paço Municipal, Coreto, Estação Ferroviária, Casa do Ferroviário e do Padre Ludovico. A exposição abre na manhã de segunda-feira e prossegue até 8 de julho. A visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30min. Grupos podem agendar visita no 3445 8844. O museu fica na rua Cecília Darós Casagrande, s/n, no bairro Comerciário.

Acervo conta com mais de 1,2 mil peças

De acordo com o monitor de visitas, Everaldo Ronchi, cerca de 300 pessoas passam pelo local mensalmente e o público mais expressivo é de estudantes. Segundo ele, o acervo do museu é composto por mais de 1,2 mil peças, entre elas móveis, utensílios, roupas, documentos, fotografias, objetos de uso pessoal e doméstico, peças de arte sacra e numismática. Também há objetos que rememoram a mineração e algumas ferramentas indígenas.

Saiba mais

O prédio que comporta o museu foi idealizado e construído por Augusto Casagrande em 1920. Na época de sua construção não havia residências no lugar, e o local ficou conhecido por "casarão". A família Joaci Casagrande, herdeiros de Augusto Casagrande, doou o prédio em 19 de maio de 1978 com o compromisso de a administração municipal oferecer um museu para a cidade.

A restauração do prédio foi iniciada no mesmo ano, mantendo todas as características da época de sua construção, inclusive as pinturas internas. A inauguração ocorreu em 9 de janeiro de 1980. Após 11 anos, o museu foi revitalizado. A obra iniciou-se em 15 de dezembro de 2006 e foi entregue em 22 de junho de 2007. O prédio teve o forro e telhado trocados, ganhou jardinagem ao seu entorno e recebeu pintura externa e novo sistema de iluminação. A praça, na lateral do museu, também foi revitalizada. Recebeu luminárias, lixeiras e uma equipe que faz a limpeza do local semanalmente. Atualmente o museu conta com guardas durante o dia e à noite. Um investimento de R$ 32,1 mil.

Secom: Saimon Novack
Fotos: Saimon Novack