FUNDAÇÃO CULTURAL
DE CRICIÚMA
\\ Casal divide o mesmo teto, local de trabalho e a paixão pela cultura
O amor pelas artes mantém o equilíbrio e a boa sintonia dos professores da FCC, Lédio e Doriana
  • Data: 07/02/2013 - 05:49:00
  • Última Atualização: 07/02/2013 - 05:52:14
  • Texto: Tiago Maciel
  • Foto: Tiago Maciel / Lucas Sabino
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Duas vidas sem rotina e sem hora para chegar em casa. Assim são Lédio Cesar Machado Bez Birollo e Doriana Bez Fontana Búrigo, a Dori. O casal de professores da Fundação Cultural de Criciúma possui uma vida um tanto quanto atípica. Lédio dá aulas de violão clássico e Dori ensina teatro em uma das oficinas da instituição. Eles contam que a vida deles é um pouco diferente das famílias comuns. Isto porque o amor pela arte e pela cultura muitas vezes necessita da presença de ambos em horários totalmente distintos.

Dori conta que, para poder ensaiar e produzir peças teatrais e participar de oficinas paralelas com seus alunos, é necessário se reunir em fins de semana, já que geralmente os alunos estudam e trabalham durante a semana. “Por esses motivos nossa vida é muito corrida. Se eu não tivesse um companheiro que entendesse o meu amor pelo trabalho, não seria possível a boa convivência”, reconhece.

O marido e fiel escudeiro revela que, pelo fato de ser tímido, resolveu entrar nas aulas de teatro. Ele brinca que apesar da carreira de ator não ter durado muito tempo, serviu para conhecer o grande amor de sua vida. “Foi engraçado na época. Ela me achava muito novo e não cedia aos meus encantos. Mas aos poucos fui conquistando e acabei casando com minha professora de teatro”, brinca Lédio.

Talento descoberto na infância

Lédio se emociona ao lembrar-se da infância, quando morava ainda no bairro Operária Nova. Ele lembra que havia um professor de violão próximo à sua casa e, naquela época, com oito anos de idade, observava as aulas. “Todos os dias eu ficava na janela da sala de aula olhando os meninos aprendendo, até que um dia ele mandou entrar. Ele me emprestou um violão pequeno e comecei a fazer aulas”, afirma.

Ele revela que escondia o violão em uma caixa de madeira no paiol de sua casa para seus pais não descobrirem que ele tocava. “Até meus 11 anos, ninguém sabia do meu interesse musical. Foi nessa época que meu pai me presenteou com um violão de tamanho normal e me colocou nas aulas. Quando eles estavam por perto eu fingia que não sabia tocar direito”, confessa.  

O primeiro violão de Lédio foi um Tonante. Com este instrumento, em uma apresentação na época de escola, sua mãe viu seu talento em público pela primeira vez. “Desde criança eu trocava os estudos para me dedicar ao violão. Meu primeiro professor ensinava música clássica e MPB. Eu tive uma boa base inicial e por isso tento repassar aos meus alunos na FCC os conhecimentos a partir destes estilos”, enfatiza.

Lédio é professor de violão na Fundação Cultural de Criciúma há 13 anos. Ele acredita que o estilo musical que apresenta aos seus alunos, geralmente há resistência, mas que, na maioria das vezes, os alunos compreendem e passam a gostar das músicas clássicas e eruditas. “Eu tenho a minha linha de trabalho. Ensino o que eu penso ser necessário para o desenvolvimento. Se o aluno não quer aprender isto, aconselho procurar um professor de violão popular ou algo do gênero”, destaca o professor.

“É difícil fazer teatro em Criciúma e em qualquer lugar do país...”, diz a professora de teatro Dori Búrigo

Doriana Búrigo, 40, assumiu o cargo de professora das oficinas de teatro da FCC em 1997. Há 15 anos ela dedica boa parte de seu tempo nas aulas de teatro e montagem de peças. Ela afirma que muitos não dão importância à cultura e não levam a sério o seu trabalho. “É difícil fazer teatro em Criciúma e em qualquer lugar do país. Todos os cantos que eu viajo, ouço coisas do gênero. Não é apenas em Criciúma, mas poderia ser melhor”, desabafa Dori.

Formada em Educação artística pela antiga Fundação Educacional de Criciúma (Fucri), além de professora na FCC, dá aulas de teatro na Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (SATC).

A professora Dori conta que neste ano na FCC será retomado os trabalhos em cima do 3º ato da peça A Pena e a Lei, a qual esteve em cartaz no ano de 2011. “Temos ainda parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), onde nossos alunos participam de oficinas com profissionais renomados de todo o país”, finaliza.

 


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