As manhãs de quarta-feira eram monótonas e sem muitas atividades produtivas para um grupo de crianças do Rio Maina. Depois da abertura da Casa da Cultura no distrito, localizada em anexo a subprefeitura, os pequenos freqüentadores entre 10 e 13 anos da oficina de artes visuais passam horas aprendendo técnicas para elaborar suas obras artísticas.
Bruno Ribeiro dos Anjos, o único menino infiltrado entre as meninas da turma matutina, lembra que a entrada nas oficinas de artes visuais e violino gerou uma melhora para a vida. Com o violino na mão, ou recortando e colando, o garoto de 13 anos já sabe os benefícios de uma atividade artística. “Adoro conhecer coisas novas. Depois que comecei me envolver com isso, minhas notas melhoraram na escola”, conta animado.
A pequena Laura Correa, 11, exibe suas três recentes notas 10 no boletim escolar. Ela conta que o bom desempenho se deu devido à melhora na concentração que teve em sala de aula, assim como na vida em casa com pais e irmãos. “Quando estou aqui me sinto livre. No papel consigo expressar todo meu sentimento e mostrar meu lado artístico. Quero ser uma massagista e pintora quando crescer”, revela a menina.
Para a professora e coordenadora da Casa de Cultura do Rio Maina, Cleusa Olávia Vieira, toda atividade oferecida no local tem o intuito de provocar o interesse pela cultura e por atividades que envolvem o mundo das artes. Além da função de entretenimento ela pode ser uma fonte de renda.
Cleusa destaca que, nesses quase três meses de funcionamento, o espaço já atende 130 pessoas de sete a 70 anos nas oficinas de violão, violino, teclado, acordeom e artes visuais. “A procura é tanta pelas oficinas, que a partir do segundo semestre vamos ter aulas durante a noite também”, adianta a coordenadora.
As inscrições para os cursos no período noturno vão iniciar no mês de julho. Essas oficinas serão particulares e os valores variam conforme cada aula. “Vamos ter ainda no quadro de profissionais, oficineiros de técnica vocal e teatro”, antecipa.
O presidente da Fundação Cultural de Criciúma, Sérgio Zappelini explica que o novo espaço cultural da grande Rio Maina conta ainda com exposições de artistas locais que são instaladas no local. A professora de artes visuais Cleusa foi a primeira a apresentar seus trabalhos. Neste mês o artista Valmor Cândido está expondo seu trabalho denominado “Memórias do Carvão”.
As miniaturas retratam a principal de fonte de renda da região de Criciúma no século passado. “A Casa de Cultura recebe pessoas de toda a região. Muitos ficam surpresos ao verem as obras. Outros se emocionam ao lembrar do trabalho mineral. Este é um resgate a nossa cultura regional”, enfatiza Zappelini.